A Madeira tem atividade vulcânica ativa?
A maioria dos visitantes da Ilha da Madeira associa o seu relevo montanhoso e escarpado apenas à sua beleza natural, mas poucos sabem que estão, na verdade, a circular sobre um antigo vulcão — que, tecnicamente, ainda é considerado ativo.
A origem da ilha é inteiramente vulcânica. A Madeira surgiu do fundo do Oceano Atlântico há cerca de 5 milhões de anos, fruto de intensas erupções submarinas. Durante milhões de anos, essas erupções foram moldando a paisagem dramática que hoje conhecemos: vales profundos, penhascos abruptos e picos altos como o Pico Ruivo, com 1.862 metros de altitude.
Embora a última erupção conhecida tenha ocorrido há cerca de 6.500 anos, a Madeira é classificada como estando num sistema vulcânico adormecido — o que significa que, apesar de não haver atividade eruptiva recente, o potencial para nova atividade não está totalmente descartado. Por isso, a ilha é regularmente monitorizada por redes sismológicas.
Os habitantes locais não vivem com receio, já que a atividade sísmica registada é, geralmente, fraca e impercetível. No entanto, os sismólogos mantêm vigilância constante, principalmente devido ao histórico geológico da região.
Curiosamente, em algumas zonas da ilha ainda se sente a presença do calor geotérmico. Há relatos de fontes termais antigas, hoje menos ativas, e certos solos mantêm temperaturas elevadas mesmo sem exposição solar direta.
A Madeira pode não ter geysers ou lava a escorrer, mas lembrar que caminhamos sobre uma antiga — e ainda tecnicamente ativa — estrutura vulcânica dá um novo sentido à frase “ilhas de fogo”. É mais um motivo para olhar para a paisagem com admiração… e uma pontinha de respeito pela força da natureza.
A Magia da Travessia: De Barco da Madeira ao Porto Santo
27 agosto 2025
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